sábado, 30 de julho de 2011

Bilhete íntimo?




Mogi das Cruzes, 03 de dezembro de 2001.


Um enorme desejo de compor algo, mas, quais seriam as boas afirmativas para relatar um tanto do início e mais um pouco do término?

Ih! Quem és tu que sempre penetra em meus devaneios, que a toda hora está a adivinhar o que não sei compreender?

És o ser mais distinto desta existência humana? Ou és aquela personalidade que não merece o meu apreço? Por acaso, és o mesmo que me fizeste avaliar que não vale apiedar-me pelo remorso de um pretérito nada brincado?

Será que és o mesmo homem cujo beijo remeto contra o vento, indagando, a todo instante, se irás hospedá-lo em seus lábios de mel? Se sim, meu amigo vento ou a brisa noturna, toca-lhe a face tão suave quanto imaginei ao mandar?

Até quando te encontrarei em meus mais íntimos delírios? Por que não pulas de meus devaneios mais loucos à realidade tão sem significado? Por que se acautela tanto em ordenar-me que fique, enquanto, ainda, estou indo embora?

Queres tocar em meus lábios, ao passo que, manda-me selar outros?

Deseja enamorar-se de outra afim de me esquecer?

És, até agora, o mesmo que não te importavas comigo e que, de repente, mudou de comportamento completamente? Cada dia que transcorre, tua mente implora por minha presença, no momento em que estou distante?

Pensas numa outra garota tanto quanto pensas em mim?

Se sim, por que sempre entregas teus pensamentos despretensiosamente a mim, ou, será que és muito calculista?

Tu me achas muito autoritária? Zelosa? Leal?

Ainda farias tudo por mim?

Consegues captar aquilo que sinto sem carecer de fazer-me perguntas ou necessitar ler nada do que escrevo?

Permaneces a achar que o silêncio é uma resposta positiva? Então, por que tu te calaste com todas essas perguntas indiscretas?

(...)


Joyce C. L. Gomes

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