A tristeza bate e leva embora qualquer suspiro de alegria. Muitas pessoas ao redor. Movimentos de carro subindo ou descendo a avenida. Passo ante passo direcionando para algum lugar, buscando a superação desse sentimento negativo. O presencial se torna invisível e ninguém repara, ninguém nota. A indiferença se faz presente, mas um presente desagradável. A vontade de gritar, implorando para que alguém note. Mas nada é notado, tudo continua como está e o sentimento se perde na escuridão. Sentimentos repetitivos. A negação do prazer. A negação do conhecimento. As pessoas não observam, somos invisíveis.
Tempos diferentes, pessoas distintas e a rejeição igual. Esperamos ouvir alguém perguntando como nós estamos. Uma esperança em vão e a única coisa encontrada é papos aleatórios e a sensação de um “eu” transparente, incoerente... E o pensamento consciente relutante clama por uma fuga. Mas, nessas horas, o invisível se torna concreto e quem pouco se importou rotula o fugitivo como grosseiro e nada sociável.
O que se fazer diante uma situação que teima em acontecer? Quem culpar? Como deixar de ser invisível?
Tenta-se agradar, tenta-se afastar, tenta-se ser amigo... Mas a vontade incoerente de gritar predomina: “Estou aqui! Você não vê?” Mas não, saímos calados, com fisionomias tristes questionando-nos se alguém observou aquilo que sentimos. Depois de algum tempo descobrimos que ninguém nem fez a questão de perceber. E a revolta continua internamente. Precisamos fugir para algum lugar onde não sejamos mais invisíveis. Necessitamos lutar contra a invisibilidade incoerente para levar alegria para algum lugar humano. Devemos gritar incansavelmente “Pare de nos ignorar! Estamos aqui!”
Joyce CL Gomes
20/12/2014
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